quinta-feira, 4 de julho de 2013

Semear

   Fazia tempo que não acontecem ventanias, nem chuva, o sol também era raridade, os dias se passavam amenos, mornos, nublados, sem nenhuma cor para alegrar. Já tinha perdido ate a esperança, achei que nada poderia mais brotar neste solo, a terra estava tão seca, solida, impenetrável...



Começou com uma brisa leve, fresca que com o tempo começo a ficar mais intensa, uma força que eu não sentia há tempos, achei q era coisa passageira, não dei muita atenção. Estava enganada o tempo mudou, onde era tudo cinza começou a tomar tons de azul escuro, raios reluzentes e barulhentos, mesmo assim não levei muita confiança a este tempo, chuva é raridade por aqui. Dias se passaram assim, e o tempo resolveu que já era hora, feito veludo a chuva caiu, veio mansa, fria, aos poucos.
no dia seguinte o céu resplandecia um tom avermelhado parecendo fogo e brasa, achei que iria demorar mais para isso acontecer, quando me pus a olhar ao chão a terra estava molhada seu cheiro era capaz de desarmar qualquer fortaleza, coisas assim são raridade por esses lados.  Toquei o chão como criança que ganha o primeiro brinquedo, fiquei ali sentada, só sentindo tudo aquilo que não havia estado a mostra por anos. Sabe que me deu saudades do tempo que chovia e no final o arco íris aparecia...
Será que isso foi apenas uma amostra grátis de algo ainda maior? Ou foi apenas algo para apagar a poeira?
Aproveitei mais aquele momento, mas não tive coragem de gastar semente, terra aqui tem muita, agora condições de plantio falta.  Se chover mais um pouco eu arrisco a plantar, se não continuo poupando as sementinhas de sofrer ao tentar brotar na rocha.
No dia seguinte veio o sol, bem vindo amigo, quando tempo não o via tão alegre e formoso, combinação perfeita no céu com as nuvens que parecem algodão doce de tão formosas.
O cheiro do dia era bom, orvalho nas plantas, passarinhos a cantar, acho que posso me acostumar com isso novamente, posso ate confessar que gosto disso.
Coisas sem cor, sem cheiro e sem amor mesmo sendo maioria nos cansam, nos levam a comodidade, não gosto.

Pus-me deitada em um campo sob sua luz, como é bom sentir isso, calor e logo uma brisa suave, gosto do tempo calmo, é favorável a coisas boas. Prometi que se continuasse assim logo estaria tirando a erva daninha e preparando a terra para poder começar tudo de novo, começar a produzir. Como o dia passou depressa, já chega à noite se sobrepondo aos tons, céu estrelado como pude me esquecer de você, tem tantas estrelas, que por mais escura que seja a noite ilumina os caminhos, nesse breu espero logo sua chegada lua para resplandecer todo seu brilho ao meu olhar.

Fer Barbosa ;* 
28/06/2013